Reciclagem
O que são os lixões? Como afetam o meio ambiente?
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O Brasil é um dos maiores produtores de lixo do mundo. Em 2022, o país gerou mais de 80 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), ou 224 mil toneladas diárias, segundo estudo da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).
O volume não é o único problema, segundo a Associação. Também lidamos com o descarte inadequado da maior parte desses resíduos, o que acaba trazendo prejuízos para a natureza e as pessoas.
Isso porque quando os materiais não têm a destinação correta, eles acabam em locais irregulares, como os lixões a céu aberto, que, infelizmente, ainda estão em operação.
Você sabe como funcionam esses locais?
Ruim para as pessoas e o meio ambiente: como funcionam os lixões
Estamos falando de depósitos irregulares de lixo, onde os itens são descartados diretamente no solo, sem nenhum tipo de estrutura ou controle. É totalmente desorganizado, sem separação ou tratamento.
Esse formato leva a uma mistura complexa de materiais, incluindo plásticos, metais, eletrônicos, tecidos, orgânicos entre muitos outros. Isso causa uma decomposição predominantemente anaeróbica. Ou seja, sem oxigênio, gerando gases que contribuem para o aquecimento global.
Não há medidas de proteção ambiental. Com isso, solo e água são contaminados pelo chorume, aquele líquido escuro e que tem alta carga poluidora.
E não termina por aí, já que são locais que atraem catadores em busca de recicláveis e costumam estar próximos a comunidades carentes, colocando a saúde dessas pessoas em risco.
Como já ficou evidente, essa prática já devia ter acabado. O prazo inicial da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) era 2014. Como isso não aconteceu, a erradicação dos lixões foi prorrogada para 2024. Mas, acompanhando o tema, é possível perceber que a meta não será atendida.
Lixão e aterro sanitário: quais as diferenças?
A principal diferença está nos métodos de disposição de resíduos e nos impactos ambientais que cada um causa. Enquanto nos lixões não há nenhum tipo de controle ou organização, sem medidas para evitar a contaminação ambiental, o aterro sanitário tem uma instalação planejada, sendo menos prejudicial.
Os aterros contam com barreiras de impermeabilização e sistemas de coleta de substâncias tóxicas, o que garante certo cuidado com a cobertura e a disposição dos resíduos e também destina o chorume corretamente. Isso faz com que haja a decomposição aeróbica (com oxigênio), reduzindo a produção de gases poluentes. Alguns, inclusive, transformam os gases gerados em energia, por meio da tecnologia.
Qual é o destino correto para o lixo?
O destino certo para o lixo está ligado a uma gestão que diminua os impactos ambientais e sociais. Além dos aterros sanitários e da compostagem (prática sustentável para resíduos orgânicos se transformarem em adubo), precisamos lembrar que uma boa quantidade do que chega nesses locais é material reciclável.
Nesse caso, a iniciativa correta é garantir que tudo o que for reciclável seja encaminhado para os locais corretos, para que possam ser separados, desmontados e transformados em novos insumos.
A reciclagem é fundamental, porque possibilita a reutilização de matérias-primas, fazendo com que a extração da natureza não seja necessária. As embalagens (papelão, plástico, vidro e alumínio) devem ser entregues à coleta seletiva, nos municípios em que há esse serviço disponível.
Mas também existem outros itens recicláveis que não devem ser separados dessa forma, porque são considerados perigosos para o manejo. É o caso dos remédios, por exemplo, recolhidos por farmácias, e do lixo eletrônico (tudo que ligamos na tomada ou usa pilha e bateria), que devem ser descartados em coletores específicos.
A forma correta de se desfazer desses itens é procurar um PEV (Pontos de Entrega Voluntária), como os da Green Eletron, que estão espalhados em diversas cidades do país. Para encontrar o mais próximo, basta acessar o localizador (eletroeletrônicos, pilhas e baterias).
Para saber mais sobre a reciclagem do lixo eletrônico, conheça nosso canal: